domingo, 19 de julho de 2009

Acho que nunca li algo que me é tão eu:


"Eu queria ir pra um lugar onde eu tivesse uma sensaçãozinha, ilusória que fosse, de que tinha alguém prestando atenção em mim. Achei que era aqui. É? Não sei.Me enfiei em casa e não sai. Um desgosto. Leio o tempo todo. Sento no jardim. Ouço música. Tento escrever, mas não sei se quero ou se preciso, e não consigo. Umas carências. (...) Mas tomo copos de leite, durmo bastante, e repito sempre que, seja o que for, vou sair desta pelo menos mais sadiozinho. Deve ser algum processo em andamento dentro de mim, querendo explodir de alguma forma. Ou esse desgosto é já um jeito de ser? Se for assim, não quero acostumar."

Caio Fernando de Abreu

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tem me doído escrever. Já não tenho a intimidade de antes com as palavras que outrora escorriam dos dedos para as teclas. Cada texto tem sido impecavelmente bem escrito, bem estruturado. Sólido. Concreto demais. Prolixidade claustrofóbica.
Tenho fumaça de cigarro e anseio vapor de chá. Descrição em pormenores, mas preciso só das entrelinhas. Tenho também uma lista infinita de alusões, metáforas e comprações que poria aqui só pra dizer o quanto preciso de exclamações e só tenho o ponto final.